A Ciência do Desenvolvimento da Primeira Infância: A ciência do desenvolvimento cerebral precoce pode informar os investimentos na primeira infância. Estes conceitos básicos, estabelecidos ao longo de décadas de pesquisa neurocientífica e comportamental, ajudam a ilustrar porque o desenvolvimento infantil – especialmente do nascimento até cinco anos – é uma base para uma sociedade próspera e sustentável.

A Ciência do Desenvolvimento da Primeira Infância

Os cérebros são construídos ao longo do tempo, de baixo para cima.

As influências interativas dos genes e da experiência moldam o cérebro em desenvolvimento.

A capacidade de mudança do cérebro diminui com a idade.

As capacidades cognitivas, emocionais e sociais estão inextricavelmente entrelaçadas ao longo da vida.

O estresse tóxico prejudica o desenvolvimento da arquitetura cerebral, o que pode levar a problemas de aprendizagem, comportamento e saúde física e mental ao longo da vida.
Implicações políticas

Os cérebros são construídos ao longo do tempo, de baixo para cima.

A arquitetura básica do cérebro é construída através de um processo contínuo que começa antes do nascimento e continua até a idade adulta. As primeiras experiências afetam a qualidade dessa arquitetura, estabelecendo uma base sólida ou frágil para todo o aprendizado, saúde e comportamento que se segue.

Nos primeiros anos de vida, mais de 1 milhão de novas conexões neurais são formadas a cada segundo. Após este período de rápida proliferação, as conexões são reduzidas através de um processo chamado poda, para que os circuitos cerebrais se tornem mais eficientes.

Caminhos sensoriais como os da visão e audição básicas são os primeiros a se desenvolverem, seguidos por habilidades lingüísticas precoces e funções cognitivas mais elevadas. As conexões proliferam e podam em uma ordem prescrita, com circuitos cerebrais mais complexos construídos sobre circuitos mais antigos e mais simples.

A Ciência do Desenvolvimento da Primeira Infância
A Ciência do Desenvolvimento da Primeira Infância

 

As influências interativas dos genes e da experiência moldam o cérebro em desenvolvimento.

Os cientistas sabem agora que um ingrediente importante neste processo de desenvolvimento é a relação de “servir e retornar” entre as crianças e seus pais e outros cuidadores da família ou da comunidade.

As crianças pequenas naturalmente procuram a interação através de balbuciar, expressões faciais e gestos, e os adultos respondem com o mesmo tipo de vocalização e gestos de volta para elas. Na ausência de tais respostas – ou se as respostas não forem confiáveis ou inadequadas – a arquitetura do cérebro não se forma como esperado, o que pode levar a disparidades de aprendizagem e comportamento.

A capacidade de mudança do cérebro diminui com a idade.

O cérebro é mais flexível, ou “plástico”, no início da vida para acomodar uma ampla gama de ambientes e interações, mas à medida que o cérebro maduro se torna mais especializado para assumir funções mais complexas, ele é menos capaz de se reorganizar e se adaptar a desafios novos ou inesperados.

Por exemplo, no primeiro ano, as partes do cérebro que diferenciam o som estão se tornando especializadas na linguagem a que o bebê foi exposto; ao mesmo tempo, o cérebro já começa a perder a capacidade de reconhecer sons diferentes encontrados em outras línguas.

Embora as “janelas” para a aprendizagem da língua e outras habilidades permaneçam abertas, estes circuitos cerebrais tornam-se cada vez mais difíceis de serem alterados com o tempo. A plasticidade precoce significa que é mais fácil e mais eficaz influenciar a arquitetura cerebral em desenvolvimento de um bebê do que religar partes de seus circuitos na idade adulta.

As capacidades cognitivas, emocionais e sociais estão inextricavelmente entrelaçadas ao longo do curso da vida.

O cérebro é um órgão altamente inter-relacionado, e suas múltiplas funções operam de forma ricamente coordenada. O bem-estar emocional e a competência social fornecem uma base forte para as habilidades cognitivas emergentes e, juntos, são os tijolos e argamassa que constituem a base do desenvolvimento humano.

A Ciência do Desenvolvimento da Infância
A Ciência do Desenvolvimento da Infância

A saúde emocional e física, as habilidades sociais e as capacidades cognitivo-linguísticas que emergem nos primeiros anos são todos pré-requisitos importantes para o sucesso na escola e mais tarde no local de trabalho e na comunidade.

O estresse tóxico prejudica o desenvolvimento da arquitetura cerebral, o que pode levar a problemas de aprendizagem, comportamento e saúde física e mental para toda a vida.

Os cientistas sabem agora que o estresse crônico e implacável na primeira infância, causado pela pobreza extrema, abuso repetido ou depressão materna grave, por exemplo, pode ser tóxico para o cérebro em desenvolvimento.

Enquanto o estresse positivo (respostas fisiológicas moderadas e de curta duração a experiências incômodas) é um aspecto importante e necessário do desenvolvimento saudável, o estresse tóxico é a ativação forte e não aliviada do sistema de gerenciamento do estresse do corpo.

Na ausência da proteção tamponante do suporte adulto, o estresse tóxico se torna incorporado ao corpo por processos que moldam a arquitetura do cérebro em desenvolvimento.

Implicações da Política

Os princípios básicos da neurociência indicam que a intervenção preventiva precoce será mais eficiente e produzirá resultados mais favoráveis do que a remediação mais tarde na vida.

Uma abordagem equilibrada do desenvolvimento emocional, social, cognitivo e linguístico preparará melhor todas as crianças para o sucesso na escola e mais tarde no local de trabalho e na comunidade.

Relações de apoio e experiências positivas de aprendizagem começam em casa, mas também podem ser fornecidas através de uma gama de serviços com fatores de eficácia comprovada. Os cérebros dos bebês exigem relacionamentos estáveis, cuidadosos e interativos com os adultos – qualquer forma ou lugar que eles possam ser oferecidos beneficiará o desenvolvimento saudável do cérebro.

A ciência demonstra claramente que, em situações onde o estresse tóxico é provável, intervir o mais cedo possível é fundamental para alcançar os melhores resultados. Para crianças que sofrem estresse tóxico, são necessárias intervenções precoces especializadas para visar a causa do estresse e proteger a criança de suas conseqüências.

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