
Vacina da Febre Amarela e Complicações Neurológicas
Por Neurologista Infantil NeuroPediatra • 30 de novembro de 2025

Por Neurologista Infantil NeuroPediatra • 30 de novembro de 2025
O perigo invisível da Febre Amarela, transmitido por um simples mosquito, é uma realidade brutal em vastas regiões do planeta, onde a doença pode levar a falência de múltiplos órgãos e morte em um piscar de olhos. A doença é uma ameaça real e implacável. Diante deste panorama, existe um escudo científico poderoso e largamente seguro: a vacina da Febre Amarela. Embora o temor de reações adversas graves, especialmente as neurológicas, seja um ponto de preocupação legítima, a ciência garante que o risco de enfrentar a doença é milhares de vezes maior e infinitamente mais devastador do que o risco de ser protegido pela vacina. Este artigo é um convite para desmistificar as preocupações, mergulhando na eficácia esmagadora desta imunização e entendendo, com profundidade e clareza, o que são as raras, mas importantes, complicações neurológicas. A proteção da saúde pública e individual passa pela compreensão de que a vacina é um verdadeiro triunfo da medicina moderna.
Para compreender a importância vital da vacinação, é essencial contextualizar a Febre Amarela. Trata-se de uma doença viral transmitida por mosquitos infectados (principalmente o Aedes aegypti em áreas urbanas e mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes em áreas silvestres).
A Febre Amarela possui duas fases bem distintas e a segunda é fatal para até 50% dos pacientes que a desenvolvem.
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Fase Inicial: Sintomas inespecíficos como febre, dores musculares, dor de cabeça e vômitos.
Fase Tóxica (A Devastação): Após uma breve remissão, o vírus ataca o fígado e os rins, levando a icterícia (pele amarelada, daí o nome), sangramentos e falência de órgãos.
É esta realidade sombria que torna a vacina, apesar de seus riscos mínimos, uma ferramenta de saúde inegociável para quem vive ou viaja para áreas endêmicas.
Embora a vacina seja desenvolvida com o próprio vírus vivo atenuado, é uma composição muito segura e eficaz, geralmente bem tolerada e com efeitos leves, como dor local e febre baixa.
As reações vacinais variam de leve a grave intensidade. De 100 milhões de aplicações, apenas 4 (quatro) delas acarretam em Doenças ligadas ao Sistema Neurológico, podendo surgir até 30 dias após a recepção da dose. É fundamental fixar este número: a chance de ter uma reação neurológica grave é de cerca de 0,000004%.
A vacina utilizada globalmente é a cepa 17D, um modelo de sucesso desenvolvido há décadas. O termo “atenuado” significa que o vírus original foi modificado em laboratório para que perca sua capacidade de causar a doença grave, mas mantenha sua estrutura o suficiente para ser reconhecido pelo sistema imunológico.
Após a aplicação, o vírus atenuado se replica em baixa escala no corpo, simulando uma infecção natural, o que permite que o organismo produza anticorpos protetores de longa duração.
O fenômeno da complicação neurológica é chamado de Evento Adverso Pós-Vacinação Neurotrópico (VANE). Nestes raríssimos casos, o vírus vacinal, que deveria ser contido, consegue atravessar a barreira hematoencefálica e se replicar em células do sistema nervoso. Isso não é um retorno da Febre Amarela, mas sim uma inflamação ou reação autoimune desencadeada pela presença do vírus.
As complicações neurológicas ocasionadas pela vacina da febre amarela geralmente surgem entre 14 (quatorze) e 28 (vinte e oito) dias após a aplicação da dose. Este período é crucial para a vigilância.
Tratam-se de doenças graves, porém Raramente Fatais: Na maioria dos casos, as vítimas apresentam uma boa evolução e recuperam-se completamente, a partir do tratamento adequado.
No Brasil, os casos mais graves tendem para doenças de cunho neurológico como encefalite, meningite e doenças autoimunes que afetam o sistema nervoso central e periférico. A meningoencefalite é a mais comum das doenças neurológicas ocasionadas pelo vírus da vacina.
Conheça algumas complicações neurológicas e sintomas relacionados à vacina da febre amarela, abordadas de forma simplificada:

Meningoencefalite: É a inflamação do cérebro (encefalite) e das membranas que o cobrem (meningite). Causa cefaleia intensa e prolongada, febre, desordem de consciência e, em casos mais sérios, convulsões. É a forma mais direta de doença neurotrópica pós-vacinação.
Síndrome de Guillain Barré (SGB): U
ma doença a
utoimune rara. O sistema imunológico, ao combater o vírus da vacina, erra o alvo e começa a atacar a capa protetora (mielina) dos nervos periféricos. Causa desordens motoras que lembram AVC (paralisia e fraqueza progressivas, geralmente começando nos pés e subindo).
Encefalomielite disseminada aguda (ADEM): Outra doença autoimune onde o ataque inflamatório ocorre nas fibras nervosas do cérebro e medula espinhal, podendo causar perda de visão, fraqueza ou dormência.
As doenças neurológicas ocasionadas pela vacina geralmente surgem como consequência da imunidade baixa. Por isso é importante avaliar individualmente os casos e não tomar a vacina da febre amarela quando há contraindicação. Pessoas com imunidade elevada são capazes de combater o vírus atenuado da febre amarela aplicado na vacina e criar anticorpos. Entretanto, pessoas com baixa imunidade não conseguem produzir tais anticorpos e têm chance de desenvolver uma doença causada pelo vírus.
As complicações neurológicas ocasionadas pela vacina da febre amarela geralmente surgem entre 14 (quatorze) e 28 (vinte e oito) dias após a aplicação da dose.
Tratam-se de doenças graves, porém Raramente Fatais: Na maioria dos casos, as vítimas apresentam uma boa evolução e recuperam-se completamente, a partir do tratamento adequado.
No Brasil, os casos mais graves tendem para doenças de cunho neurológico como encefalite, meningite e doenças autoimunes que afetam o sistema nervoso central e periférico. A meningoencefalite é a mais comum das doenças neurológicas ocasionadas pelo vírus da vacina.
Conheça algumas complicações neurológicas e sintomas relacionados à vacina da febre amarela:
As doenças neurológicas ocasionadas pela vacina geralmente surgem como consequência da imunidade baixa. Por isso é importante avaliar individualmente os casos e não tomar a vacina da febre amarela quando há contraindicação.
Pessoas com imunidade elevada são capazes de combater o vírus atenuado da febre amarela aplicado na vacina e criar anticorpos. Entretanto, pessoas com baixa imunidade não conseguem produzir tais anticorpos e têm chance de desenvolver uma doença causada pelo vírus.
Existem alguns perfis mais suscetíveis a reações graves da vacina de febre amarela, como contração de doenças de cunho neurológico. Pessoas que apresentam esses perfis não devem tomar a vacina:
Em caso de reações mais graves à vacina da febre amarela, como o aparecimento de complicações neurológicas, procure a unidade de saúde mais próxima. Durante o atendimento médico o paciente será diagnosticado, e de acordo com a gravidade de seu caso, poderá até ser internado.
O Diagnóstico é realizado através da análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) com PCR para febre amarela. Ele testa a presença de vírus e de anticorpos específicos do vírus da febre amarela no organismo do paciente.
O tratamento adequado varia de acordo com a especificidade de cada caso, e por isso cada paciente deve ser avaliado individualmente.
Diante da manifestação dos sintomas, procure o Neuropediatra para uma avaliação!